escola o autor do livro ”o ciganinho chico” e coordenador do programa ROMED, Bruno
Gonçalves. A turma do 5º F e as três turmas do Programa Integrado e Educação e Formação
receberam o autor que partilhou com os jovens a sua história de vida. Tem 4 irmão, nasceu em
Coimbra e reside na Figueira da Foz com a sua esposa. Apresentou detalhadamente o seu
percurso escolar. Estudou até ao 7º ano de escolaridade, era bom aluno, sobretudo a história e
inglês.
Abandonou a escola para ser mais um ganha-pão para a casa dos pais. Foi trabalhar na
venda ambulante. Os professores ficaram muito tristes pois sempre foram os maiores
incentivadores para que Bruno desse continuidade aos estudos.
Em 1997/98 começou a frequentar um curso de formação profissional de eletricidade
e baixa tensão e referiu que foi nessa altura que os horizontes dos estudos se abriram e
coincidiu que surgiu a criação da Associação Cigana de Coimbra. Posteriormente começou a
trabalhar como mediador escolar e enquanto trabalhava frequentou a via de ensino das novas
oportunidades e com seguiu a certificação do 9º ano de escolaridade.
Em 2004, casou, abandonou a mediação, o ativismo e o dirigismo. Ausentou-se 3 anos
enquanto votou a vender nas feiras já com a sua esposa. Mas não se sentia completo, dentro
de si estava um vazio porque queria mais e a mediação, o ativismo e os estudos era uma
paixão para si. Referiu que o seu pai sempre foi o que mais queria que o filho tivesse estudos,
pois era analfabeto, mas a maior força e vontade para estudar era intrínseca. E os seus
mentores foram Sérgio Aires e Mirna Montenegro e a sua esposa que nunca o deixaram
desistir.
Em 2010, a trabalhar já como mediador municipal em Coimbra consegue obter o 12ºano de escolaridade e foi ne4sta altura que surge a edição do livro: “A história do ciganinho
chico”, posteriormente em 2013 é mediador do programa ROMED do Conselho da Europa edois anos mais tarde criou a ideia/projeto PRÉ CHAVALÉ (ciganos no ensino superior). Nesta
altura o Bruno ingressou na Universidade de Coimbra e licenciou-se em Animação
socioeducativa.
Ao passo que Bruno ia descrevendo o seu percurso de vida relatava para os jovens
ouvintes que os estudos não descaracterizam ninguém, não deve ser visto como uma perda de
tempo mas sim como um orgulho de pertença. Disse ainda que o facto de ter estudos o ajuda
na mobilidade social, tem mais conhecimentos para trabalhar mais e melhor em prol da
inclusão do seu povo.
Terminou a sua apresentação a pedir aos jovens para não desistirem dos seus sonhos,
pois um cigano(a) com estudos serão protagonistas do evitar que o povo cigano no futuro seja
ainda mais escravo da pobreza e da miséria.