sábado, 2 de outubro de 2010

AUTOR DO MÊS



Joaquim Teófilo Fernandes Braga nasceu em Ponta Delgada, a 24 de Fevereiro de 1843.Foi político, escritor e ensaísta. Estreia-se na literatura em 1859 com Folhas Verdes. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, apesar de ter saído de Ponta Delgada com a intenção de cursar Teologia. Da sua carreira literária contam-se obras de história literária, etnografia, poesia, ficção e filosofia. Depois de ter presidido ao Governo Provisório da República Portuguesa, a sua carreira política terminou após exercer fugazmente o cargo de Presidente da República, em substituição de Manuel de Arriaga, entre 29 de Maio e 4 de Agosto de 1915.
Iniciou muito cedo a sua actividade profissional, na tipografia do jornal A Ilha, de Ponta Delgada, no qual também colaborou como redactor.
Enquanto estudante em Coimbra, face a uma ajuda paterna insuficiente, trabalhou como tradutor e recorreu a explicações e à publicação de artigos e poemas para financiar os seus estudos. Fortemente influenciado pelas teses sociológicas e políticas do positivismo, cedo aderiu aos ideais republicanos. Aluno brilhante, quando em 1867 terminou o curso, foi convidado pela Faculdade de Direito a doutorar-se.
Fixou-se então em Lisboa, iniciando a sua actividade como advogado e, em 1868, casou com Maria do Carmo Xavier, de quem teve três filhos.
Em 1872, concorreu a lente da cadeira de Literaturas Modernas do Curso Superior de Letras, sendo provido no lugar.
No Curso Superior de Letras dedica-se ao estudo da literatura europeia, com destaque para os autores franceses, e iniciou uma carreira académica que o levou a publicar uma extensa obra filosófica fortemente influenciada pelo positivismo de Auguste Comte, decisiva no seu pensamento, na sua obra literária e na sua atitude política, fazendo dele um dos mais destacados membros da geração doutrinária do republicanismo português.
Em 1878 fundou e passou a dirigir com Júlio de Matos a revista O Positivismo. Nesse mesmo ano, iniciou a sua acção na política activa portuguesa concorrendo a deputado às Cortes da Monarquia Constitucional Portuguesa integrado nas listas dos republicanos federalistas. A partir desse ano, exerceu vários cargos de destaque nas estruturas do Partido Republicano Português.
Em 1880 passou a colaborar com a revista A Era Nova. A partir de 1884 passa a dirigir a Revista de Estudos Livres. Em 1890 foi pela primeira vez eleito membro do directório do Partido Republicano Português. Nessa condição, a 11 de Janeiro de 1891, foi um dos subscritores do Manifesto e Programa do PRP, em cuja elaboração colaborara. Este manifesto e a sua apresentação pública precederam em três semanas a Revolta de 31 de Janeiro de 1891, no Porto, à qual Teófilo Braga, como aliás a maioria dos republicanos lisboetas, se opôs.
Em 1 de Janeiro de 1910 torna-se membro efectivo do directório político, e a 28 de Agosto de 1910 é eleito deputado republicano por Lisboa às Cortes monárquicas, não chegando contudo a tomar posse por entretanto ocorrer a implantação da República Portuguesa.
Por decreto publicado no Diário do Governo de 6 de Outubro do mesmo ano é nomeado presidente do Governo Provisório da República Portuguesa saído da Revolução de 5 de Outubr0 de 1910. Naquelas funções foi de facto chefe de Estado, já que o primeiro Presidente da República Portuguesa, Manuel de Arriaga, apenas foi eleito a 24 de Agosto de 1911.
Quando Manuel de Arriaga foi obrigado a resignar ao cargo de Presidente da República, na sequência da Revolta de 14 de Maio de 1915, Teófilo Braga foi eleito para o substituir pelo Congresso da República, a 29 de Maio de 1915,sendo um Presidente de transição, face à demissão de Manuel de Arriaga. Cumpriu o mandato até ao dia 5 de Outubro do mesmo ano, sendo então substituído por Bernardino Machado. Foi a sua última participação na vida política activa.
Já viúvo, aquando da sua eleição, após o mandato, Teófilo Braga, que desde que enviuvara passara a ser um misógino enfiado na sua biblioteca, isolou-se, dedicando-se quase em exclusivo à escrita. Faleceu só, no seu gabinete de trabalho, a 28 de Janeiro de 1924.

Principais obras literárias

Poesia
Visão dos Tempos (1864)
Tempestades Sonoras (1864)
Torrentes (1869)
Miragens Seculares (1884)

Ficção
Contos Fantásticos (1865)
Viriato (1904)

Ensaio
As Teocracias Literárias -­ Relance sobre o Estado Actual da Literatura Portuguesa (1865)
História da Poesia Moderna em Portugal (1869)
História da Literatura Portuguesa [Introdução] (1870)
História do Teatro Português (1870 - 1871)
Teoria da História da Literatura Portuguesa (1872)
Manual da História da Literatura Portuguesa (1875)
Bocage, sua Vida e Época (1877)
Parnaso Português Moderno (1877)
Traços gerais da Filosofia Positiva (1877)
História do Romantismo em Portugal (1880)
Sistema de Sociologia (1884)
Camões e o Sentimento Nacional (1891)
História da Universidade de Coimbra (1891 - 1902)
História da Literatura Portuguesa (1909 - 1918)

Antologias e recolhas
Antologias: Cancioneiro Popular (1867)
Contos Tradicionais do Povo Português (1883)
O cancioneiro portuguez da Vaticana

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

AUTOR DO MÊS

Manuel Teixeira Gomes nasceu em Vila Nova de Portimão, a 27 de Maio de 1860 e faleceu em Bougie (Argélia), a 18 de Outubro de 1941; foi o sétimo presidente da Primeira República Portuguesa de 6 de Outubro de 1923 a 11 de Dezembro de 1925.
Teixeira Gomes casou com Belmira das Neves, oriunda de famílias modestas de pescadores e tiveram duas filhas. Era filho de José Libânio Gomes e Maria da Glória Teixeira Gomes. O pai, além de proprietário abastado, dedicava-se ao comércio de frutos secos, sendo um homem muito viajado, instruído em França, onde assistiu à revolução de 1848, advogava princípios republicanos, chegando a ser cônsul da Bélgica no Algarve. Foi educado pelos pais, até entrar no Colégio de São Luís Gonzaga, em Portimão. Aos dez anos foi enviado para o Seminário Maior de Coimbra e posteriormente matriculou-se em Medicina, na Universidade de Coimbra, mas cedo desistiu do curso, contrariando a vontade do pai. Muda-se, então, para Lisboa, onde pertence ao círculo intelectual de Fialho de Almeida e João de Deus. Mais tarde, conhecerá outros vultos importantes da cultura literária da época, como Marcelino Mesquita, Gomes Leal e António Nobre.
Graças à sensibilidade do pai, que decide continuar a apoiar financeiramente a vida boémia do filho, Teixeira Gomes desenvolve uma forte tendência para as artes, nomeadamente a literatura, não deixando contudo de admirar a escultura e a pintura, tornando-se amigo de mestres como Columbano Bordalo Pinheiro ou Marques de Oliveira.
Fixou-se no Porto, onde conheceu Sampaio Bruno, tendo sido nesse período que começou a colaborar em revistas e jornais, entre eles O Primeiro de Janeiro e Folha Nova.
Depois de se reconciliar com a família, viaja pela Europa, norte de África e Próximo Oriente, em representação comercial para negociar os produtos agrícolas produzidos pelas propriedades do pai (frutos secos, nomeadamente, amêndoa e figo) o que alarga consideravelmente os seus horizontes culturais.
Republicano, exerce, após o 5 de Outubro de 1910, o cargo de ministro plenipotenciário de Portugal em Inglaterra. Em 11 de Outubro de 1911, apresenta as suas credenciais ao rei Jorge V do Reino Unido, em Londres, cidade onde então se encontrava a família real portuguesa no exílio.
A 6 de Agosto de 1923 foi eleito Presidente da República, mas viria a demitir-se das suas funções a 11 de Dezembro de 1925, num contexto de grande perturbação política e social. A sua vontade em dedicar-se exclusivamente à obra literária, foi a sua justificação oficial para a renúncia.
A 17 de Dezembro, embarca no paquete holandês «Zeus» rumo a Oran, na Argélia, num auto-exílio voluntário, sempre em oposição ao regime de Salazar, nunca regressando em vida a Portugal.
Morre em 1941 e só em Outubro de 1950 os seus restos mortais voltaram a Portugal, numa cerimónia que veio a tornar-se provavelmente na mais controversa manifestação popular ocorrida na já então cidade de Portimão, nos tempos do Salazarismo, onde estiveram presentes as suas duas filhas, Ana Rosa Teixeira Gomes Calapez e Maria Manuela Teixeira Gomes Pearce de Azevedo.
Deixou uma considerável obra literária, integrada na corrente nefelibata e uranista.




"A política, longe de me oferecer encantos ou compensações, converteu-se para mim, talvez por exagerada sensibilidade minha, num sacrifício inglório. Dia a dia, vejo desfolhar, de uma imaginária jarra de cristal, as minhas ilusões políticas. Sinto uma necessidade, porventura fisiológica, de voltar às minhas preferências, às minhas cadeiras e aos meus livros."

Teixeira Gomes
In: Wikipédia

Principais obras literárias

Cartas sem Moral Nenhuma (1904)
Agosto Azul (1904)
Sabina Freire (1905)
Desenhos e Anedotas de João de Deus (1907)
Gente Singular (1909)
Cartas a Columbano (1932)
Novelas Eróticas (1935)
Regressos (1935)
Miscelânea (1937)
Maria Adelaide (1938)
Carnaval Literário (1938)



terça-feira, 1 de junho de 2010

SUGESTÕES DE LEITURA







A Educação na
Literatura Portuguesa

Beatus ille





Suspiros
Ler e amar na adolescência

AUTOR DO MÊS



António Torrado nasceu em Lisboa em 1939. Licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Coimbra. Dedicou-se à escrita desde muito novo, tendo começado a publicar aos 18 anos. A sua actividade profissional foi e é diversa: escritor, pedagogo, jornalista, editor, produtor e argumentista para televisão. Tem trabalhado em parceria com Maria Alberta Menéres em diversos livros e programas de televisão. Actualmente, é Coordenador do Curso Anual de Expressão Poética e Narrativa no Centro de Arte Infantil da Fundação Calouste Gulbenkian. É o professor responsável pela disciplina de Escrita Dramatúrgica na Escola Superior de Teatro e Cinema. É dramaturgo residente na Companhia de Teatro Comuna em Lisboa. Sendo, consensualmente, considerado um dos autores mais importantes na literatura infantil portuguesa, possui uma obra bastante extensa e diversificada, que integra textos de raiz popular e tradicional, mas também poesia e sobretudo contos. Reconhece a importância fundamental da literatura infantil enquanto veículo de mensagens, elegendo como valores a promover, a liberdade de expressão e o respeito pela diferença. António Torrado utiliza, com frequência, o humor em algumas das suas histórias. Por outro lado, em alguns textos de carácter alegórico ou de ambiente oriental, é o registo poético que predomina. De resto, os valores poéticos assumem para o autor uma posição central em qualquer projecto educativo. Recentemente, começou, também, a trabalhar novelas e romances para a infância e juventude, mas a vertente mais marcada da sua actividade nos últimos tempos é, sem dúvida, o teatro.

ESCREVEU ENTRE OUTRAS AS SEGUINTES OBRAS:
A Chave do Castelo Azul (1969)
A Nuvem e o Caracol (1971)
O Veado Florido (1972)
Pinguim em Fundo Branco (1973)
O Rato que Rói (1974)
O Manequim e o Rouxinol (1975)
Cadeira que Sabe Música (1976)
O Trono do Rei Escamiro (1977)
Escada de Caracol ( 1978)
Vasos de Pé Folgado (1979)
O Tambor-Mor (1980)
O Tabuleiro das Surpresas (1981)
Os Meus Amigos (1983)
História em Ponto de Contar (1984)
A Janela do meu Relógio (1985)
O Rei Menino (1986)
Zaca-Zaca (1987)
Devagar ou a Correr (1987)
Dez Dedos de Conversa (1987)
Uma História em Quadradinhos (1989)
Da Rua do Contador para a Rua do Ouvidor ( 1990 )
Toca e Foge ou a Flauta sem Mágica (1992)
Vamos Contar um Segredo (1993)
Conto Contigo (1994)
Teatro às três Pancadas (1995)
A Donzela Guerreira (1996)
As Estrelas – Quando os Reis Magos eram Príncipes (1996)