quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

AUTOR DO MÊS



O Pai Natal é associado à ideia de um homem já com uma certa idade, gorducho, de faces rosadas, com uma grande barba branca, que veste um fato vermelho e que conduz um trenó puxado por renas que conseguem voar mesmo não tendo asas. Segundo a lenda, na noite de Natal este simpático senhor visita todas as casas, desce pela chaminé e deixa presentes a todas as crianças que se comportaram bem durante todo o ano.
A ideia de um velhinho de barba branca num trenó puxado por renas foi introduzida por Clement Clark More, um ministro episcopal, num poema intitulado de "An account of a visit from Saint Nicolas".
As raízes da história do Pai Natal remontam ao folclore europeu e influenciaram as celebrações do Natal por todo o mundo.
A personagem do Pai Natal baseia-se em S. Nicolau, padroeiro da Rússia, da Grécia, dos marinheiros e das crianças.
A única coisa que se sabe com certeza sobre a vida de S. Nicolau é que este foi bispo de Mira na Lícia, que se situa no sudoeste da Ásia Menor, no século IV d.C. Antes de estar relacionado com as tradições e lendas de Natal, S. Nicolau era conhecido por salvar marinheiros das tempestades, defender crianças e por oferecer generosos presentes aos mais pobres. Pode duvidar-se da autenticidade de muitas das histórias relacionadas com S. Nicolau, mas mesmo assim a lenda espalhou-se por toda a Europa e a sua figura ficou associada a um distribuidor de presentes.
O dia de S. Nicolau era originalmente celebrado no dia 6 de Dezembro, sendo este o dia em que se recebiam os presentes. Contudo, depois da reforma, os protestantes germânicos decidiram dar especial atenção a ChristKindl, ou seja, ao Menino Jesus, transformando-o no “distribuidor” de presentes e transferindo a entrega de presentes para a Sua festa, a 25 de Dezembro. Quando a tradição de S. Nicolau prevaleceu, esta ficou colocada no próprio dia de Natal. Assim, o dia 25 de Dezembro passou a englobar o Natal e o dia de S. Nicolau. Em 1969, devido à vida do santo estar pouco documentada, o Papa Paulo VI ordenou que a festa de S. Nicolau fosse retirada do Calendário Oficial Católico Romano.
Outros “dadores de prendas” de Natal no folclore Europeu como o Père Nöel em França, Julenisse na Escandinávia, Father Christmas em Inglaterra e o nosso Pai Natal estão, um pouco, relacionados com St Nicholas.
Todos os anos na época do Natal em muitos lugares do mundo, anúncios, cartões de boas festas, decorações sazonais e a presença de pessoas vestidas de Pai Natal documentam a lenda moderna de Santa Claus (Pai Natal). Crianças de todo o mundo escrevem cartas ao Pai Natal e na noite de Natal, algumas, deixam-lhe comida e bebida para uma rápida merenda aquando da sua passagem.
Apesar do prazer nostálgico com que muitos adultos vêem o acreditar das crianças no Pai Natal, a ideia do santo “dador de prendas” tem actualmente alguns detractores. A maioria das pessoas vê o Pai Natal como uma maneira meramente disfarçada do espírito de dar, e aceita a inevitável descoberta das crianças sobre o misticismo do Pai Natal como um ritual de passagem para o mundo adulto. Outros argumentam que a história do Pai Natal colide com o verdadeiro significado do Natal promovendo meramente o consumismo. Para reconciliar a história do Pai Natal com o significado religioso do Natal, alguns Cristãos recordam-nos que as características modernas derivam de lendas de um antigo santo cuja vida foi um símbolo de amor, carinho e generosidade.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

SUGESTÕES DE LEITURA



























AUTOR DO MÊS



Jorge Mario Vargas Llosa nasceu no seio de uma família de classe média em 28 de Março de 1936, em Arequipa, no Peru. Os seus pais separaram-se após cinco meses de casamento e só conheceu o pai aos dez anos de idade. Passou a sua primeira infância em Cochabamba, Bolívia, mas no período do governo de José Luis Bustamante y Rivero, o seu avô obtém um importante cargo político no governo, em Piura, no norte do Peru, e a sua mãe volta ao Peru, para viver naquela cidade.
Em 1946 muda-se para Lima e conhece, então, o pai. Os pais reconciliam-se e, durante a sua adolescência, a família continuará vivendo ali.
Quando completa 14 anos, ingressa, por vontade paterna, no Colégio Militar como aluno interno, onde permaneceu dois anos. Essa experiência será o tema do seu primeiro livro - A Cidade e os cães (La ciudad y los perros). Em 1953 é admitido na tradicional Universidad Nacional Mayor de San Marcos, em Lima, a mais antiga da América. Ali estudou Letras e Direito, contra a vontade de seu pai.
Aos 19 anos, casa-se com Julia Urquidi, irmã da mulher de seu tio materno, e passa a ter vários empregos para sobreviver: Trabalha como redactor mas também catalogando livros e até mesmo procedendo à revisão de nomes nos túmulos dos cemitérios. Em 1958 recebe uma bolsa de estudos- "Javier Prado"- e vai para Espanha, onde obtém o doutoramento em Filosofia e Letras, na Universidade Complutense de Madrid. Vai depois para a França, onde vive durante alguns anos. Em 1964 divorcia-se de Júlia e em 1965 casa-se com a prima Patrícia Llosa, com quem tem três filhos Álvaro, Gonzalo e Morgana.
A sua obra critica a hierarquia de castas sociais e raciais, vigente ainda hoje, segundo o escritor, no Peru e na América Latina, sendo o seu principal tema a luta pela liberdade individual na realidade opressiva do Peru. A princípio, assim como vários outros intelectuais de sua geração, Vargas Llosa sofreu a influência do existencialismo de Jean Paul Sartre.
Muitas das suas obras são autobiográficas, como A cidade e os cães (1963), A Casa Verde (1966), que mostra a influência de William Faulkner, e conta a vida das personagens num bordel, cujo nome dá título ao livro e a Tia Júlia e o Escrevedor (1977). Por A cidade e os cães recebeu o Prémio Biblioteca Breve da Editora Seix Barral e o Prémio da Crítica de 1963. O seu terceiro romance, Conversa na Catedral publicado em quatro volumes e que o próprio Vargas Llosa caracterizou como obra completa, narra fases da sociedade peruana sob a ditadura de Odria em 1950. Há um encontro na Catedral entre dois personagens: o filho de um ministro e um motorista particular. O romance caracteriza-se por uma sofisticada técnica narrativa, alternando a conversa dos dois e cenas do passado. Em 1981 publica A Guerra do Fim do Mundo, sobre a Guerra de Canudos, que dedica ao escritor brasileiro Euclides da Cunha, autor de Os Sertões.
Ao longo de sua carreira, Mario Vargas Llosa recebeu inúmeros prémios e condecorações: o Prémio Rómulo Gallegos (1967); o Prémio Cervantes (1994), o Prémio Nacional de Novela do Peru em 1967, pelo romance A Casa Verde, o Prémio Príncipe das Astúrias de Letras Espanha (1986) e o Prémio da Paz de Autores da Alemanha, concedido na Feira do Livro de Frankfurt (1997). Em 1993 foi-lhe concedido o Prémio Planeta pelo seu romance Lituma nos Andes; o Prémio Biblioteca Breve, por Batismo de Fogo, em 1963, que marca o início de sua brilhante carreira literária internacional. É membro da Academia Peruana de Línguas desde 1977, e da Real Academia Española (RAE) desde 1994. Tem vários doutoramentos honoris causa por universidades da Europa, América e Ásia; como os concedidos pelas universidades de Yale (1994), Universidade de Israel (1998), Harvard (1999), Universidade de Lima (2001), Oxford (2003), Universidade Europeia de Madrid (2005) e Sorbonne (2005). Foi condecorado pelo governo francês com Medalha de honra em 1985. A 7 de Outubro de 2010 foi agraciado com o Prémio Nobel da Literatura pela Academia Sueca de Ciências "pela sua cartografia de estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual". O presidente do Peru, Alan García, considerou o prémio a Llosa como "um reconhecimento a um peruano universal".

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mario_Vargas_Llosa

Livros editados em português
A guerra do fim do mundo
História de Mayta
A cidade e os cães
Quem matou Palomino Molero?
Elogio da madrasta
O falador
A tia Júlia e o escrevedor
Pantaleão e as visitadoras
Conversa na catedral
Como peixe na água: memórias
Lituma nos Andes
Cadernos de Dom Rigoberto
Cartas a um jovem romancista
A festa do chibo
A casa verde
O paraíso na outra esquina
Travessuras da menina má
Israel Palestina: paz ou Guerra Santa

sábado, 9 de outubro de 2010

VANTAGENS da LEITURA








VANTAGENS da LEITURA
de António Torrado e Cristina Malaquias





- Mãos no ar - gritou o caçador para a lebre.
- Qual quê! Toca mas é a correr...
- Pára ou eu disparo - voltou a avisar o caçador.
Pois sim! Pernas para que vos quero...
Vai daí, o caçador disparou. Disparou, mas não acertou. Foi a sorte da lebre. De moita em moita, rasteirinha, a lebre chegou, quase sem fôlego, à toca da família.
Pânico geral entre os parentes.
- Não posso acreditar - dizia a bisavó. - Aqui nunca houve caçadores.
- Nem o velho Hipólito os consentia, nos arredores da herdade - acrescentava a avó.
Assim em paz tinham vivido há gerações, mas o que não sabiam era que o dono da herdade já morrera. Também não sabiam que os filhos do senhor Hipólito, pouco dados à vida do campo, tinham vendido toda aquela imensidão de terra a um clube de caçadores.
- Ninguém nos avisou - protestaram as lebres.
Por sinal que tinham sido avisadas. Se as lebres soubessem ler, teriam lido no jornal da terra o anúncio da venda. Também um edital, pregado no tronco de um sobreiro, à entrada da herdade, noticiava a mudança de proprietário.
Finalmente, vários letreiros, onde estava escrito TERRENO DE CAÇA, espalhados um pouco por toda a parte, informavam que aquele território deixara de ser seguro para lebres e coelhos.
Foi a partir deste incidente que as lebres decidiram todas aprender a ler. E, já agora, mudar para um sítio mais sossegado.