MANOEL DE OLIVEIRA
Manoel de Oliveira nasceu na
freguesia de Cedofeita na cidade do Porto no seio de uma família da alta burguesia nortenha, com origens na pequena fidalguia. Os seus pais, Francisco José de Oliveira,
industrial e primeiro fabricante de lâmpadas em Portugal, e a sua mãe, Cândida Ferreira Pinto, casaram-se
na freguesia de Lordelo do Ouro, na cidade do Porto.
Ainda jovem foi para A Guarda, na Galiza, onde frequentou um colégio de jesuítas. Dedicou-se ao atletismo, tendo sido campeão nacional de salto à
vara e atleta do Sport Club do Porto, um clube de elite. Ainda antes dos
filmes veio o automobilismo e a vida boémia. Eram habituais as tertúlias no Café Diana, na Póvoa de Varzim, com os amigos José Régio, Agustina Bessa-Luís, Luís
Amaro de Oliveira, João
Marques e outros.
Cedo se interessou pelo cinema, o que o levaria a frequentar
a escola do cineasta italiano Rino Lupo, quando este se radicou no Porto.
Recebeu prémios e galardoes,
salientando-se os seguintes:
- Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (1980);
- Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (1988);
- Doutor honoris causa pela Universidade do Porto / Faculdade de Arquitetura
(1989);
- Professor honorário da Academia de Cinema de Skopje;
- Prémio Europa David Mourão-Ferreira 2006 (categoria Mito), entregue
pelo Centro Studi Lusofoni - Cátedra David Mourão
Ferreira da
Universidade de Bari e do Instituto Camões, Instituto da Cooperação e da Língua;
- Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes 2007, Palavra de D. Manuel Clemente
durante o ato de entrega do Prémio a Manoel de Oliveira;
- Prémio
Mundial do Humanismo, (2008);
- Doutoramento honoris causa pela Universidade
do Algarve (2008;
- Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (2008);
- Doutoramento honoris causa pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (2011);
- Medalha de Conhecimento e Mérito do Instituto Politécnico de Lisboa (2013);
- Grande-Oficial
da Ordem
Nacional da Legião de Honra, atribuída pelo governo da França (2014).
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Manoel de Oliveira morreu na madrugada do dia 2 de
abril de 2015 às 11h30, vítima de paragem cardíaca. Era considerado o realizador
mais velho em atividade. Era também, dos realizadores no ativo, o único que
tinha assistido à passagem do cinema mudo ao sonoro e do preto e branco à
cor. Manoel já sofria de doença cardíaca, mas na madrugada de 2 de abril não
resistiu e sofreu uma paragem cardíaca. Como Manoel citou a uma entrevista ao
Diário de Notícias: "Para mim é pior o sofrimento do que a morte. Pois a
morte, é o fim da macacada". Felizmente, o realizador conseguiu
concretizar o seu último desejo que era "continuar a fazer filmes até à
morte". Cabe agora ao parlamento e à sua família, decidir se o corpo vai
ser transportado ou não até ao Panteão Nacional, local onde estão as figuras
mais emblemáticas de Portugal. Manoel era tratado por muitas pessoas como
"O Mestre" como uma forma de respeito, e por ter vivido muitos anos
de cinema.
Da sua
vastíssima obra destacam-se as longas-metragens:
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